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terça-feira, junho 06, 2006

E aí meus nobres,

Estamos de volta. Até quando? Não sei!

Aprendi nesses últimos seis anos que um acidente acontece devido a soma de pequenos erros. Um acidente de carro com fatalidades, causado por um pneu furado por uma barra de ferro, é um ótimo exemplo.

Erro n° 1: A barra de ferro caiu de algum lugar (ou foi jogada por uma pessoa). Se caiu, caiu por estar mal amarrada ou por estar em estado precário de conservação.

Erro n° 2: O motorista estava em alta velocidade.

Erro n° 3: O motorista estava distraído e não viu a barra.

Erro n° 4: Os passageiros estavam sem o cinto de segurança.

Se você observar esses erros isoladamente, não acontece nada. Somados causam uma tragédia.

Portanto, todo acidente pode ser evitado quando são conhecidos e principalmente, seguidos corretamente, todos os passos de um sistema. Got it?

Entendido isso, me respondam: O que leva uma pessoa experiente a negligenciar vários procedimentos de segurança em busca de um objetivo?

O que leva um alpinista experiente a “atacar” o cume do Everest sem oxigênio (erro 1), com bateria do celular fraca (erro 2), sem ajuda dos Sherpas (erro 3) e principalmente DOENTE (erro 4). Sim, ele estava doente e sabia disso. “...não estou muito bem... acho que é algo no pulmão... vou mesmo assim... vamos ver no que vai dar...” Nós vimos no que deu. Se ele tivesse 100% correto e escorregado ou pisado num buraco oculto por neve eu não falaria nada, mas não foi isso que aconteceu.

DO IT SAFELY, OR NOT AT ALL

Enquanto o Brasil chora pela perda do Vitor Negrete, eu fico indignado com o cara que deixou dois filhos pequenos em busca de um “sonho”. Só tenho uma resposta pra isso tudo. EGOÍSMO!

O cara em nenhum momento pensou nos filhos na esposa e nos amigos. Só pensava em ser o primeiro brasileiro a chegar ao cume sem ajuda. Pois é, chegou. E.......?

O pior é que essa febre contagia. Acabo de ler um texto da esposa do Vitor dizendo que “Suas conquistas superam essa tragédia”.
Superam mesmo? A chegada dele ao pico do Everest sem ajuda externa foi vantajosa pra QUEM?!?!?!

Quando os filhos perguntarem:
- Mamãe, cadê o papai?
- Papai morreu escalando o lugar mais alto do mundo.
- Pq ele fez isso?
- Pq ele queria. Ele é um herói!
- Eu preferia que ele fosse jogador de peteca, provavelmente estaríamos brincando juntos agora.

Os alpinistas (caso esse texto caia no google) podem dizer que eu não sei o que estou falando pq não vivencio a “emoção” ou não tenho esse “sonho”. Concordo que não sei o que é isso, mas será que ele não poderia ter feito o mesmo que o parceiro dele fez? Ta mal? Volta, se prepara melhor e tenta novamente. Simples assim.

DO IT SAFELY, OR NOT AT ALL

A jornalista Ana Paula Brasil diz que “A montanha quis assim”. Quis uma ova. A culpa é da montanha agora?

Como disse o experiente alpinista José Luiz Pauletto no seu texto “Sem oxigênio, muito potencial, pouca tática: infinita tristeza”:

“Alguém precisa dizer isso: o Vitor não queria morrer, não! Não queria e não devia! O Vitor tinha outras coisas à fazer. O Vitor, ninguém me convencerá do contrário, não morreu feliz, não! O Vitor pediu ajuda diante da morte. Pensem nisso.”

Enfim...

Subir o Everest “by-passando” a técnica e a prudência é a maior fria!

Abraços a todos.

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